O Vereador como Guardião da Ética e da Transparência: Ferramentas para uma Gestão Municipal Responsável
- Glendha Ramos
- 7 de jan.
- 2 min de leitura

Em nosso cotidiano, muitas vezes nos encontramos imersos na complexa teia política, onde a pressão das demandas e a urgência das decisões podem nos desviar do essencial: a responsabilidade com a qual fomos investidos. Somos, acima de tudo, agentes de accountability, guardiões da ética e da transparência, com o dever de zelar pela correta aplicação dos recursos públicos e pelo bem-estar de nossos munícipes. Nossa atuação não se limita à proposição de leis, mas se estende à fiscalização constante do Poder Executivo, à garantia da participação cidadã e à promoção de uma gestão municipal responsável.
A accountability, conceito que nos impele à prestação de contas, não é uma mera formalidade, mas o alicerce de qualquer sistema democrático saudável. Ela se manifesta em diversas dimensões: a responsabilidade fiscal, que nos obriga a zelar pela correta aplicação do dinheiro público; a responsabilidade administrativa, que nos impõe o dever de cumprir as normas e leis que regem a administração pública; a responsabilidade política, que exige de nós a justificação de nossas decisões e ações perante a população; e a responsabilidade social, que nos chama a responder às demandas da comunidade e a buscar soluções para os problemas sociais.
Para exercer nosso papel de guardiões da ética e da transparência, dispomos de um arsenal de instrumentos. Os requerimentos de informação são ferramentas cruciais para obter dados e esclarecimentos sobre as ações do Executivo. As convocações e interpelações nos permitem questionar diretamente os gestores municipais. As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) são mecanismos poderosos para investigar denúncias de irregularidades. A participação nos Conselhos Municipais nos garante um espaço para fiscalizar as políticas públicas. As audiências públicas nos aproximam da comunidade e nos permitem receber suas sugestões. E a análise do orçamento e das contas públicas nos confere o poder de verificar se os recursos estão sendo utilizados de forma adequada.
No entanto, nosso trabalho não está isento de desafios. A falta de conhecimento técnico em áreas como direito administrativo e finanças públicas, a pressão de grupos de interesse, a falta de recursos e a apatia da população podem dificultar nossa atuação. Para superar esses obstáculos, é fundamental que invistamos em capacitação constante, mantenhamos nossa independência política, fortaleçamos nossas equipes técnicas e incentivemos a participação social, divulgando nossas ações e construindo uma relação de confiança com nossos munícipes.
Colegas, nosso compromisso é com a ética, a transparência e o bem-estar de nossa comunidade. Façamos de nosso mandato um instrumento de transformação e de construção de um futuro mais justo e próspero para todos.
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